Novos Tempos.
É comum ocorrerem mudanças comportamentais após um grave acidente. O irredutível usar o cinto de segurança no automóvel, passando ser um ferrenho defensor, quando descobre que o cinto poderia ter salvado a vida de um ente querido ou mesmo ter lhe poupado da gravidade no próprio acidente. Assim, também, ocorre com as catástrofes que atingem o mundo. Drásticas mudanças alteram o comportamento da sociedade mais afetada. Neste eito, fica muito evidente que, após essa pandemia do Covid 19, o mundo vai mudar, começando pelo comportamento das pessoas, passando pela indústria e comércio com a criação de novos produtos.
Profissões inexistentes ou pouco conhecidas serão valorizadas, ao passo que outras, simplesmente, irão desaparecer, ou ficarem restritas a lugares mais distantes e longe da evolução. A mudança comportamental do ser humano enveredará por mesma seara após essa terrível pandemia. Há que se mudarem costumes. Políticos terão de entender a importância do saneamento básico e da higiene: não admitirem que rios sejam esgotos a céu aberto, que crianças brinquem nos esgotos para adquirirem anticorpos, que as pessoas não tenham hábito de lavar as mãos, de tomarem banho, de ter uma higiene corporal mínima. Mas para isso, além da conscientização do POVO, é necessário que os governos ofereçam água limpa e pura a todos.
Os políticos necessitam enxergar a necessidade de investimentos em educação de qualidade, melhorar as condições dos professores – remuneração, formação acadêmica e meios de trabalho - investir na ciência, pesquisa, na tecnologia e, acima de tudo, entender que não se administra um País, um Estado ou mesmo um Município com bravatas, com irresponsabilidade, com achismos. É preciso que os políticos pensem no povo e o povo procure se orientar melhor, não acreditando em “salvadores da pátria”, em “mitos”, ou outras bobagens que têm feito tanto mal à sociedade. “Se queres bem empregar a tua vida, pensa na morte.” - nunca uma frase foi tão atual. É preciso valorizar mais a vida ou seus melhores momentos, pois a morte está próxima e mais explícita a cada momento. Entes queridos, amigos, ídolos, conhecidos e assim, em todos os dias, somos informados que alguém por quem tínhamos algum afeto se foi.
Precisamos viver bem os bons momentos, valorizar nossos pais, a companheira, os filhos, os amigos, valorizar cada ser humano, cada bom momento e, acima de tudo não ficarmos em pânico com excessivo medo da morte. Não adianta, ela virá e sem prévio aviso. Bom se cuidar, manter hábitos de limpeza, usar máscara, fazer regime, tudo continua sendo muito importante, mas não podemos cultuar o medo da morte, ela nunca esteve tão próxima e assim vai permanecer. É bom nos acostumarmos com novas pandemias, passando essa, não vamos ter de esperar mais cem anos ou uma década pela próxima, provavelmente, isso vai fazer parte do cotidiano da humanidade, não há muito o que fazermos.
A vida continua, vamos mudar nossos hábitos de higiene, alimentação e principalmente com a segurança, usar máscara, manter distanciamento social, usar álcool gel, enfim à nova realidade, o mundo só não pode parar pois aí será o fim e muito mais rápido. Indústrias precisam produzir, comércio vender, crianças voltarem às escolas, turismo, diversões, bares, reuniões sociais, maçônicas - tudo - tem que retornar, óbvio que com os devidos cuidados, esqueçamos abraços, ósculos, conversas miúdas e até mesmo o singelo aperto de mãos. Isso, por bom tempo, não mais vai existir, e até creio que não volte, mas a vida tem que continuar e vai continuar. Vamos morrer? Claro até hoje ninguém ficou para semente, mas não podemos ter medo da vida e dos momentos que nos restam.
Não podemos fugir da realidade. Façamos tudo com responsabilidade, mas vamos à VIDA enquanto a temos.
Nelson Luiz Frare
Soberano Grão Duque Escocês
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